tag:blogger.com,1999:blog-78576139010184107002024-03-13T17:59:06.059-03:00eternodevirUm mosaico chamado Thianahttp://www.blogger.com/profile/15323439632601560553noreply@blogger.comBlogger13125tag:blogger.com,1999:blog-7857613901018410700.post-58245408499101191892009-08-04T00:05:00.004-03:002009-08-04T00:32:45.389-03:00Mais um pouco de Manoel de Barros<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWm7n3QpV3MrY1yKZIl2eH7nAgE0GnCJWo3jbJWxhhvoD5BXNV-Zi96HeYQJd0vMkOjIyXtriL9eWPDHzBBaOqEgDwsG5O0BlOSppmYAXvEzioLHkVPRinBZk9AhwMRCmeiNAJUSKy-xEc/s1600-h/borboleta-jpg.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5365946051451607970" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 240px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWm7n3QpV3MrY1yKZIl2eH7nAgE0GnCJWo3jbJWxhhvoD5BXNV-Zi96HeYQJd0vMkOjIyXtriL9eWPDHzBBaOqEgDwsG5O0BlOSppmYAXvEzioLHkVPRinBZk9AhwMRCmeiNAJUSKy-xEc/s320/borboleta-jpg.jpg" border="0" /></a><br /><div>Adoro Drummond, Quintana, etc, etc, etc, mas acho que meu enamoramento por Manoel será eterno. Quanto mais eu conheço a obra dele, mais eu me impressiono com o primor do uso que ele faz da palavra e da nossa Língua Portuguesa!! </div><div> </div><div>Fascinante!!</div><br /><div></div><br /><div>Deleitem-se um pouco também!!</div><br /><div></div><br /><div>“A maior riqueza do homem é a sua incompletude.</div><br /><div>Nesse ponto sou abastado.</div><br /><div>Palavras me aceitam como sou – eu não aceito.</div><br /><div>Não aguento ser apenas um sujeito que abre portas, </div><br /><div>que puxa válvulas,</div><br /><div>Que olha o relógio, que compra pão às seis horas da tarde,</div><br /><div>Que vai lá fora, que aponta lápis,</div><br /><div>Que vê a uva, etc. etc.</div><br /><div>Perdoai,</div><br /><div>Mas eu preciso ser Outros.</div><br /><div>Eu penso renovar o homem</div><br /><div>Usando borboletas.”</div><br /><div></div><br /><div>Manoel de Barros</div><br /><div></div>Um mosaico chamado Thianahttp://www.blogger.com/profile/15323439632601560553noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7857613901018410700.post-49131879561203161912009-08-03T22:47:00.002-03:002009-08-04T00:36:42.251-03:00Monsanto veta cartilha de orgânicos do Ministério da AgriculturaA cartilha "O Olho do Consumidor" foi produzida pelo Ministério daAgricultura com arte do Ziraldo, para divulgar a criação do Selo do SISORG (Sistema Brasileiro de Avaliação de Conformidade Orgânica).<br />A idéia é (ou era!) padronizar, identificar e valorizar os produtos orgânicos.Infelizmente, a multinacional de sementes transgênicas Monsanto obteve uma liminar de mandado de segurança que impediu sua distribuição.O arquivo foi inclusive retirado do site do Ministério (o link está "vazio").<br />Em desobediência civil e resistência pacífica à medida de força,estamos ajudando a distribuir eletronicamente a cartilha. Se você concorda com esta idéia, continue a distribuição para seus amigos e conhecidos!<br /><br />Acesse, baixe e divulgue a cartilha por aqui:<br /><br /><a href="http://www.artefatocultural.com.br/portal/uploads/cartilha_ziraldo.pdf" target="_blank" rel="nofollow">http://www.artefatocultural.com.br/portal/uploads/cartilha_ziraldo.pdf</a>Um mosaico chamado Thianahttp://www.blogger.com/profile/15323439632601560553noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7857613901018410700.post-87251456391234106542009-08-03T22:43:00.001-03:002009-08-03T22:47:03.026-03:00Cirurgia Pediátrica Gratuita - Para Carentes - UFBAA CIPE / Associação Brasileira de Cirurgia Pediátrica todos os anos a nível nacional, realiza um mutirão de Cirurgia Pediátrica.<br /><br />Aqui em Salvador, a CIPE - BA, assume a direção do mutirão.<br /><br />Este ano o mutirão será realizado dia 22 de agosto.<br /><br />Já estão confirmados para participar: o Hosp. da Criança de Irmã Dulce, o Hosp Martagão Gesteira e o HUPES (Hosp das Clinicas) da UFBA.<br /><br />Os pacientes interessados deverão procurar os ambulatórios de Cirurgia Pediátrica:<br />Hosp. de Irmã DulceSegundas - pela manhãTerças - a tardeQuartas - manhã e tardeQuintas - manhãSextas - manhãHosp. das Clínicas (HUPES)Quintas às 13 hsHosp. Martagão GesteiraPelas manhãs de segunda à sexta<br /><br />Maria do Socorro Mendonça de Campos<br />Presidente da CIPE - BA / Associação Bahiana de Cirurgia Pediátrica<br />Contato 71 9961-4120<br />camposmsm @<a href="http://gmail.com/" target="_blank" rel="nofollow">gmail.com</a><br />Skype: mendoncadecamposUm mosaico chamado Thianahttp://www.blogger.com/profile/15323439632601560553noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7857613901018410700.post-69329095595190027742009-08-02T22:41:00.000-03:002009-08-02T23:13:56.492-03:00Eros e Psique<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxCacwZuup7vyg5Gwj776ynvf0s5x2Znlo8hBfRYvmtNjtU_r0HBY-ZJb9B7C3o8DYVBR0FeU-d59VkkDHPVvq8ekPDGOUS_T0Dxo2cZ51Dv9J0pDF7IYpWevgW2wMdqn_BrJ1SanQJBfl/s1600-h/eros+e+psique.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5365549478060902498" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 278px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxCacwZuup7vyg5Gwj776ynvf0s5x2Znlo8hBfRYvmtNjtU_r0HBY-ZJb9B7C3o8DYVBR0FeU-d59VkkDHPVvq8ekPDGOUS_T0Dxo2cZ51Dv9J0pDF7IYpWevgW2wMdqn_BrJ1SanQJBfl/s320/eros+e+psique.jpg" border="0" /></a><br /><div>Conta a lenda que dormia</div><div>Uma Princesa encantada</div><div>A quem só despertaria</div><div>Um Infante, que viria</div><div>De além do muro da estrada. </div><br /><div></div><div>Ele tinha que, tentado,</div><div>Vencer o mal e o bem,</div><div>Antes que, já libertado,</div><div>Deixasse o caminho errado</div><div>Por o que à Princesa vem. </div><div></div><br /><div>A Princesa Adormecida,</div><div>Se espera, dormindo espera,</div><div>Sonha em morte a sua vida,</div><div>E orna-lhe a fronte esquecida,</div><div>Verde, uma grinalda de hera. </div><div></div><br /><div>Longe o Infante, esforçado,</div><div>Sem saber que intuito tem,</div><div>Rompe o caminho fadado,</div><div>Ele dela é ignorado,</div><div>Ela para ele é ninguém. </div><div></div><br /><div>Mas cada um cumpre o Destino</div><div>Ela dormindo encantada,</div><div>Ele buscando-a sem tino</div><div>Pelo processo divino</div><div>Que faz existir a estrada. </div><div></div><br /><div>E, se bem que seja obscuro</div><div>Tudo pela estrada fora,</div><div>E falso, ele vem seguro,</div><div>E vencendo estrada e muro,</div><div>Chega onde em sono ela mora, </div><br /><div></div><div>E, inda tonto do que houvera,</div><div>À cabeça, em maresia,</div><div>Ergue a mão, e encontra hera,</div><div>E vê que ele mesmo era</div><div>A Princesa que dormia. </div><div></div><br /><div>Fernando Pessoa</div><div> </div>Um mosaico chamado Thianahttp://www.blogger.com/profile/15323439632601560553noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7857613901018410700.post-57260928991427654962009-08-02T22:36:00.000-03:002009-08-02T23:11:26.250-03:00Os Ombros Suportam o Mundo<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg749JLm-qfB3IAu-2UY86nKNpr-HcWTBi688_aA7BYfuHsqWRUByxG7QYlZxzNy3HKUxfrR8qtnGKtf7S1lsZd5ovsBijXU7OR43_1nlDjK5pfC3TlfdpIlk6BU5O9vLc6_JlVqti4xInb/s1600-h/o+mundo+nos+ombros.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5365554360216424642" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 240px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg749JLm-qfB3IAu-2UY86nKNpr-HcWTBi688_aA7BYfuHsqWRUByxG7QYlZxzNy3HKUxfrR8qtnGKtf7S1lsZd5ovsBijXU7OR43_1nlDjK5pfC3TlfdpIlk6BU5O9vLc6_JlVqti4xInb/s320/o+mundo+nos+ombros.jpg" border="0" /></a><br /><div>Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus.<br />Tempo de absoluta depuração.<br />Tempo em que não se diz mais: meu amor.<br />Porque o amor resultou inútil.<br />E os olhos não choram.<br />E as mãos tecem apenas o rude trabalho.<br />E o coração está seco.<br /><br />Em vão mulheres batem à porta, não abrirás.<br />Ficaste sozinho, a luz apagou-se,<br />mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.<br />És todo certeza, já não sabes sofrer.<br />E nada esperas de teus amigos.<br /><br />Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?<br />Teu ombros suportam o mundo<br />e ele não pesa mais que a mão de uma criança.<br />As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios<br />provam apenas que a vida prossegue<br />e nem todos se libertaram ainda.<br />Alguns, achando bárbaro o espetáculo,<br />prefeririam (os delicados) morrer.<br />Chegou um tempo em que não adianta morrer.<br />Chegou um tempo em que a vida é uma ordem.<br />A vida apenas, sem mistificação.<br /><br />Carlos Drummond de Andrade</div>Um mosaico chamado Thianahttp://www.blogger.com/profile/15323439632601560553noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7857613901018410700.post-12912683494572540632009-08-02T21:40:00.000-03:002009-08-02T22:08:11.017-03:00O IMPÉRIO E A ORDEM MUNDIAL<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiWXtzJafyixHUdBUBTvWsO1getPqQUO33znGIv8BSWS2NDzUh_2Ozh6j3lN0cYP9tc6jcw5_eHBalqxjJmCgot3k8NqhQRVib2zljT2G4JgDC4WDG_CEzRa1ktEOe9mZhwSCUDH9l4l4AO/s1600-h/imperialismo.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5365535381894101154" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 296px; CURSOR: hand; HEIGHT: 316px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiWXtzJafyixHUdBUBTvWsO1getPqQUO33znGIv8BSWS2NDzUh_2Ozh6j3lN0cYP9tc6jcw5_eHBalqxjJmCgot3k8NqhQRVib2zljT2G4JgDC4WDG_CEzRa1ktEOe9mZhwSCUDH9l4l4AO/s320/imperialismo.jpg" border="0" /></a><br /><div>No primeiro capítulo de seu livro: "O Império", Hardt e Negri se propõem a explicar a constituição da ordem mundial que vem se configurando na contemporaneidade. Esta ordem se expressa como uma formação jurídica e para entende-la faz-se necessário a análise dos processos constitucionais que levaram a transição do imperialismo( a extensão soberana do estado-nação) para o Império ( a descentralização e desterritorialização do poder). Segundo os autores o surgimento da ONU seria a consolidação dessa transição, uma vez que visa superar a antiga concepção de ordem internacional e apontar para um novo conceito de ordem global, ou seja, para uma nova fonte positiva de produção jurídica. Conforme pretensão de um de seus idealizadores, Hans Kelsen, a ONU cumpriria o papel de um sistema jurídico internacional concebido como a fonte suprema de toda a formação e constituição jurídica nacional. Os autores criticam Kelsen, pois este concebeu a construção e validade formais do sistema como independente da estrutura material que o organiza, sendo necessário a busca de respostas para esta lacuna deixada por Kelsen. As respostas obtidas até o momento têm se mostrado inadequadas, uma vez que trata-se meramente de reativações de modelos jurídicos antigos e aplica-los a problemas novos. Tais respostas derivam basicamente de linhas de pensamento hobbesianas e lockianas. Os hobbesianos concebem o estabelecimento do poder supranacional como um acordo contratual fundamental na convergência de sujeitos estatais preexistentes. Já para os lockianos, quando o poder é completamente transferido para um centro supranacional surgem redes de contrapoderes locais e constitucionalmente eficazes para contestar e/ou apoiar a nova figura de poder. Segundo os autores, nas duas linhas de pensamento o que ocorre é uma mera justaposição do novo poder global sobre a concepção clássica do poder soberano dos Estados-Nação, não havendo, portanto, o reconhecimento da nova natureza do poder imperial. Essa nova natureza está intrinsecamente ligada a duas mudanças significativas: 1- A globalização da produção capitalista e seu mercado mundial, possibilitando a união do poder econômico e político e 2- As novas relações globais de poder, substituindo a antiga competição entre as potências imperialistas pela idéia de um poder único que está acima de todas elas. Os autores consideram que a noção de direito subjacente a esta nova constituição jurídica do mundo é resultado da união de duas noções de direito que se fizeram presente durante a modernidade européia, uma influenciada pela ideologia liberal concebia o poder como um concerto pacífico de forças jurídicas e sua substituição no mercado, e a outra pela ideologia socialista que se concentra na unidade internacional mediante a organização de lutas e a substituição de direito.Os autores identificam na renovação do interesse pelo conceito de “guerra justa”, a partir da Guerra do Golfo”, um sintoma do renascimento do conceito de Império. No mundo pós-moderno esse conceito de “guerra justa” apresenta duas características: 1 – A guerra é reduzida ao status de ação policial e 2- O novo poder pode exercer legitimamente funções éticas por meio de conflito sacralizado. Desta forma, o novo paradigma é definido , inicialmente, pelo reconhecimento de que só um poder estabelecido, superdeterminado com relação aos Estados-nação e relativamente autônomo é capaz de funcionar como centro da nova ordem mundial, exercendo sobre ela uma norma efetiva e, caso necessário, coerção. Assim como o antigo, o novo paradigma imperial é formado não com base na força, mas com base na capacidade de mostrar a força como algo a serviço do direito e da paz. Mas, apesar das continuidades com o modelo antigo, o funcionamento do novo Império possui singularidades, tais como o positivismo jurídico e teorias de direito natural, contratualismo e realismo institucional, formalismo e sistematismo. O modelo jurídico do Império que contempla todas essas características da ordem supranacional tem como fonte inicial e implícita de direito a ação policial e a capacidade da polícia de criar e manter a ordem.Vale ressaltar, que além das transformações provocadas na lei internacional, a constituição imperial transforma também as leis administrativas de sociedades individuais, de Estados-nação e sociedades cosmopolitas. Tal transformação se evidencia no desenvolvimento do “direito de intervenção” concebido como o direito ou dever dos senhores dominantes da ordem mundial de intervir em territórios de outros senhores no interesse de prevenir ou resolver problemas humanitários, garantindo acordos e impondo a paz, ou seja, é uso dos valores universais como legitimadores do direito de polícia.Os autores concluem então, que o nascimento do Império se realiza nas mesmas condições que caracterizam sua decadência e seu declínio, pois ao mesmo tempo o Império surge como centro que sustenta a globalização da produção, seu poder parece estar subordinado às flutuações da dinâmica do poder local e aos arranjos jurídicos parciais e mutáveis que buscam, mas nunca conseguem plenamente, levar de volta a um estado normal em nome da “excepcionalidade” de métodos administrativos. </div>Um mosaico chamado Thianahttp://www.blogger.com/profile/15323439632601560553noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7857613901018410700.post-19323657138046666072009-08-02T21:30:00.000-03:002009-08-02T22:08:22.365-03:00MARX, O ESTADO E OS CLÁSSICOS<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7Ud6r4vnRk6VSzeH8DhnrSxtAcF4c5SSdcO_GVrQLvjpb7iNfZJBfuZ-nvyBd47ZSI2v7NtPQCXmdoaiptDPeNuefPywZwK7Ifixxk37XpMaDLhu-K_atmHB3NjlxqPP_cuTTHk4wclbk/s1600-h/Marx.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5365530212219446498" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 273px; CURSOR: hand; HEIGHT: 320px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7Ud6r4vnRk6VSzeH8DhnrSxtAcF4c5SSdcO_GVrQLvjpb7iNfZJBfuZ-nvyBd47ZSI2v7NtPQCXmdoaiptDPeNuefPywZwK7Ifixxk37XpMaDLhu-K_atmHB3NjlxqPP_cuTTHk4wclbk/s320/Marx.jpg" border="0" /></a><br /><div>Segundo Bobbio, apesar de não ter elaborado uma teoria acabada sobre as formas de governo, Marx deve ser categorizado como um “clássico” pois possui as três importantes qualidades: pode ser considerado um intérprete da época em que viveu e não se pode prescindir de sua obra pra conhecer o “espírito do tempo”; é sempre atual, sendo necessário que cada geração o releia e o reinterprete e por fim; elaborou categorias gerais de compreensão históricas indispensáveis a interpretação de muitas realidades.<br />O autor esclarece que teoria marxiana do Estado é aquela que se pode inferir de alguns escritos de Marx como: Manuscritos de 1844, A Ideologia Alemã, o Manifesto comunista, entre outros. E esta concepção de Estado marxiana será analisada tomando como critérios as distinções que se costuma fazer no âmbito da história das doutrinas políticas.<br />A primeira distinção contrapõe as teorias idealistas e teorias realistas. As idealistas que sofrem influência de Aristóteles, propõem um modelo de Estado derivado da combinação ou síntese das formas históricas, como por exemplo a teoria do governo misto. Já as realistas, que tem como principal expoente Maquiavel, consideram o Estado como relações de domínio. O autor categoriza a teoria marxiana como realista, pois apesar de ainda existir em Marx um momento utópico, este não se encontra vinculado a um Estado ótimo, mas na extinção do Estado.<br />A segunda distinção se estabelece no âmbito das doutrinas realistas. De um lado as racionalistas, com influência de Hobbes, ocupam-se fundamentalmente da questão: “Por que existe o Estado?” e colocam em evidência a oposição entre o estado de natureza anti-social e o Estado civil. E do outro lado, as historicistas representadas principalmente por Aristóteles se concentram na problemática da origem histórica do Estado e se perguntam: “Como o Estado nasceu?” e por sua vez evidenciam a continuidade entre formas primitivas de sociedades humanas como família, tribo ou clã, e uma forma sucessiva de sociedade organizada que teria, apenas ela, o direito de ser denominada “Estado”. Segundo o autor é nesta última doutrina que deve ser adequada a teoria do Estado de Marx.<br />Uma outra distinção diz respeito às concepções positivas e concepções negativas de Estado. A concepção positiva concebe o Estado como reino da razão, ou ainda, como um ente da razão, onde somente dentro deste, o homem é capaz de desenvolver plenamente a própria natureza de ser racional, como também só através do Estado é possível transcender a expectativa de viver ou sobreviver e passar para o viver bem. Marx compõe o quadro dos autores que possuem uma concepção negativa do Estado, que defendem a idéia que o Estado é um reino da força e não da razão, um reino do interesse de uma parte e não do bem comum.Assim, segundo essa concepção, o Estado não é a saída do estado de natureza, mas sim a sua continuação sob outra forma. Para Marx, a saída do estado de natureza só é possível com o fim do Estado.<br />O autor ressalta, entretanto, que as concepções negativas do Estado devem ser diferenciadas entre tradicional e marxiana. Apesar de tratar-se da mesma interpretação da função do Estado (reino da força), esta é vista a partir de pontos de vista opostos. Enquanto que para a concepção tradicional, de influência religiosa, o Estado é por necessidade um aparelho coercitivo porque deve refrear a maldade dos súditos; para a concepção marxiana, o Estado é por necessidade um aparelho coercitivo porque só através da força a classe dominante pode conservar e perpetuar o seu próprio domínio.<br />Após definir a teoria de Estado marxiana como teoria negativa, o autor revela que em sua teoria Marx não deu ênfase a questão da forma de governo, o que segundo hipótese do autor se deva ao fato de que para Marx o que é fundamental é a relação de domínio (classe dominante x classe dominada) e qualquer que fosse a forma institucional, que faz parte da superestrutura, não mudaria significativamente a realidade desta relação de domínio que tem raiz na base real da sociedade, ou seja, na infraestrutura, na forma de produção historicamente determinada.<br />Assim, para Marx o imprescindível não é a discussão de como se governa (Monarquia, Aristocracia ou Democracia), mas de quem governa (a burguesia ou o proletariado). Segundo ele, do ponto de vista das reais relações de domínio e não das relações aparentes (institucionais), todos os Estados são “ditaduras”, resta saber se são “ditaduras do proletariado” ou se são “ditaduras da burguesia” que são as mais comuns.<br />Bobbio adverte entretanto, para a especificidade do termo “ditadura”. Segundo ele, Marx utiliza tal termo relacionando-o a uma classe e não usando no sentido técnico que se refere a um Estado de exceção. Isto é, a utilidade que Marx faz do termo não é para indicar formas específicas de governo, mas sim para representar com particular força polêmica o “domínio” de uma classe sobre as outras. </div>Um mosaico chamado Thianahttp://www.blogger.com/profile/15323439632601560553noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7857613901018410700.post-91772112850599017382009-08-02T21:11:00.000-03:002009-08-02T22:09:10.171-03:00Alienação X Emancipação<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiIaT3xyRD3xDFTKrc-wn-446XO6ixK-g5T0HRPWme9OTqKMp7UFGLMoYal3C2schyphenhyphenIWEyUTWhpyLTVHBgSPRGJmfZLQGAo-CnkDwFpCAeJ2OaZXLod49HmUljQSkPsQ-Ju8taC7KrmZPFB/s1600-h/aliena%C3%A7%C3%A3o.gif"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5365526497235134274" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 318px; CURSOR: hand; HEIGHT: 297px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiIaT3xyRD3xDFTKrc-wn-446XO6ixK-g5T0HRPWme9OTqKMp7UFGLMoYal3C2schyphenhyphenIWEyUTWhpyLTVHBgSPRGJmfZLQGAo-CnkDwFpCAeJ2OaZXLod49HmUljQSkPsQ-Ju8taC7KrmZPFB/s320/aliena%C3%A7%C3%A3o.gif" border="0" /></a><br /><div>Enquanto seres participantes do mundo, almejamos que essa nossa passagem e participação se dê da melhor maneira possível. E qual é a melhor maneira possível? Ao longo do tempo, os critérios para estabelecer o que é melhor, são consoantes à hegemonia de uma classe social dominante. </div><div><br />Embrutecidos, ludibriados pela ocultação da realidade que a ideologia provoca, a maioria dos seres humanos hoje seguem a cartilha que lhes é imposta sem nenhum tipo de crítica ou reflexão e outros não seguem cartilha nenhuma, apenas executam atividades que lhes possibilitam manterem-se vivos, sobreviver. </div><div><br />Diante de tal constatação, o que nos restam são inquietaçãoes: Como romper com o estado atual das coisas? Quais as nossas reais possibilidades e limitações para contribuir com a superação desta situação?</div><br /><div>É preciso uma análise cuidadosa desta questão em tempos de aprofundamento da lógica neoliberal, pois além das transformações que estão ocorrendo e das que estão por vim, cabe uma reflexão de como e porque as coisas estão como estão.</div>Um mosaico chamado Thianahttp://www.blogger.com/profile/15323439632601560553noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7857613901018410700.post-46639121062593505442009-08-02T19:52:00.000-03:002009-08-02T22:09:22.804-03:00A crise de valores na sociedade contemporânea<a href="http://4.bp.blogspot.com/_G47OjD4S9f8/SnYkGvopJoI/AAAAAAAAAA4/Rc7MiEX64DQ/s1600-h/crise+de+valores.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5365515704343275138" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 320px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://4.bp.blogspot.com/_G47OjD4S9f8/SnYkGvopJoI/AAAAAAAAAA4/Rc7MiEX64DQ/s320/crise+de+valores.jpg" border="0" /></a><br /><div>Valor: Princípio que norteia a conduta humana.<br /><br />Os valores ou a falta de valores que tem causado tantos problemas para a humanidade tem seu suporte material, sua dimensão de concretude na prática cotidiana dos indivíduos, em suas ações e atitudes.<br /><br />Assim, para compreender os valores, é necessário conhecer a ação humana. Porém, é preciso considerar que a percepção precede a ação, ou seja, uma determinada percepção ou leitura de mundo implica num determinado tipo de ação ou relação com este mesmo mundo.<br /><br />Nesse sentido, Leonardo Boff nos ajuda a compreender essa questão quando afirma que “A cabeça pensa a partir de onde os pés pisam.”A partir daí podemos depreender que para que possamos compreender a percepção que as pessoas têem do mundo e consequentemente, o sentido de suas ações, é fundamental que compreendamos como se deu nosso processo de socialização.<br /><br />Isto posto, identificamos a necessidade de fazermos uma breve retrospectiva histórica. Devido aos propósitos deste texto optamos por fazer um recorte na história e começaremos a análise a partir da transição da Idade Média para a Idade Moderna.<br /><br />Um elemento marcante nessa transição é o que Weber e Habermas vão definir como “a distinção das esferas de valores culturais”, ou seja, a distinção da arte, da moral, da ciência. Um exemplo que nos ajuda a compreender essa questão é que durante a Idade Média, Galileu não podia olhar livremente através do seu telescópio e relatar os resultados porque a arte, a ciência e a moral se fundiam na Igreja e, portanto, era a moral da Igreja que definia o que a ciência podia ou não fazer. A Bíblia dizia ou insinuava que o Sol girava em torno da Terra e ponto final. A arte e a ciência estavam submetidas à moral.<br /><br />Com a diferenciação, as esferas de valores tornaram-se autônomas, independentes uma da outra. O problema é que a separação não se deu de forma amigável, elas não mantiveram seus pontos legítimos de conexão e então o que antes era uma mera dissociação transformou-se em fragmentação ou alienação.<br /><br />E como já é sabido, devido, principalmente, às contingências políticas e econômicas, a ciência se torna hegemônica, poderosa e agressiva e começa então, a invadir e dominar as outras esferas e devido ao caráter de cientificismo, de materialismo científico, há uma desvalorização das outras esferas que sob o rótulo de não-científicas passam a ser consideradas como coisas ilusórias e de menor valor.<br /><br />Nesse momento, a ciência estabelece-se como sinônimo de evolução da civilização. Progresso científico representava avanço da humanidade. Nesse sentido, todas as fichas eram apostadas na ciência.<br /><br />Vale lembrar que naquele momento também se fazia presente o antropocentrismo. A idéia de que o homem era o centro do Universo, ganhava então um importante aliado, uma vez que a ciência seria o meio através do qual os recursos do mundo e da natureza seriam colocados à serviço do conforto e bem-estar da humanidade.<br /><br />Por conta de todo esse prestígio, há uma supervalorização da técnica em detrimento da ética, ou seja, os parâmetros usados para avaliar o avanço da humanidade repousa em quanto mais científica e tecnicista ela se torna e não em quanto mais ela se especializa e qualifica para se torna uma rede que funciona como um suporte para que os indivíduos possam desenvolver plenamente suas dimensões social, afetiva, psicológica e espiritual.<br /><br />O que assistimos hoje, entretanto, é que o progresso científico não foi traduzido em desenvolvimento da humanidade, pelo menos,não de uma grande parte dela. Podemos constatar facilmente que a ciência e todas suas beneces foram cooptadas pela política e pelos detentores do capital e dessa forma, os supostos benefícios ficam restritos a uma parcela bem pequena da humanidade.<br /><br />É importante destacar que a consolidação da ciência moderna é acompanhada pela consolidação e legitimação de uma mentalidade extrativista e por conseqüência, a dicotomia entre homem e mundo.<br /><br />O mundo, de um espaço de interrelações, passa a ser pensado simplesmente como um cenário, um objeto. E o ser humano, com sua identidade ontológica comprometida devido à ruptura de sua relação vitalizante com o mundo, torna-se, por sua vez, simplesmente um feixe de desejos em busca de satisfação, a qual deriva, principalmente, do contato com os objetos presentes neste mundo-cenário.</div>Um mosaico chamado Thianahttp://www.blogger.com/profile/15323439632601560553noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7857613901018410700.post-12481801260141831062009-08-02T19:21:00.000-03:002009-08-02T22:09:39.668-03:00Sexualidade: A construção e manutenção social de um tabu<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhB5qRQHwcUsCbx8_DqFPkHULQN_EBnBMbltD8dmYbQeIx2l-251UNzKCwEujHZQ26aacsST6gKONmzAgUf-pPxF3bnSvd7VpjzQ3Myu6WM0rplJaC2KVqAW4GxNbXGKcFSN_T9norXXMv5/s1600-h/tabu.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5365496692009245330" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 225px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhB5qRQHwcUsCbx8_DqFPkHULQN_EBnBMbltD8dmYbQeIx2l-251UNzKCwEujHZQ26aacsST6gKONmzAgUf-pPxF3bnSvd7VpjzQ3Myu6WM0rplJaC2KVqAW4GxNbXGKcFSN_T9norXXMv5/s320/tabu.jpg" border="0" /></a><br /><div>Enquanto no reino animal irracional as funções sexuais são determinadas fundamentalmente pelo instinto, a sexualidade humana se manifesta através de padrões culturais historicamente determinados, donde sua dinamicidade temporal e diversidade espacial e performática. A sexualidade humana é uma constructo cultural, tanto quanto os hábitos alimentares e corporais. Nascemos machos e fêmeas e a sociedade nos faz homens e mulheres. Mais ainda: o ser masculino e o ser feminino variam enormemente de cultura para cultura, modificando-se substantivamente ao longo das gerações dentro de uma mesma sociedade.<br />A história do sexo e da sexualidade humana está diretamente ligada a história da evolução do homem. Por exemplo, acredita-se que o homem (neandhertal) adquiriu o hábito cobrir o corpo (vestimentas), primeiramente para se proteger do frio, do sol, e do ataque de animais e de outros homens, há cerca de cem mil anos. Parece que havia uma maior preocupação em cobrir os genitais masculinos, já que eles ficavam expostos a lesões que poderiam atrapalhar a reprodução.<br />O sexo era parte importante na vida dos antigos. Nem sempre os órgãos sexuais eram considerados obscenos, mal sendo cobertos em alguns países. As decorações das cerâmicas cretense, fenícia, minóica e grega, que são o retrato dos costumes daqueles povos. Essas decorações, retratam os fatos da vida cotidiana repletos de motivos sexuais, onde homens e mulheres, ninfas e sátiros, se divertem brincando, dançando, tomando banho e tendo relações sexuais, em cenas registradas por artistas. A nudez era exaltada pelos gregos; havia uma tendência ao bissexualismo. Já os romanos, não eram tão adeptos da nudez, no entanto, suas festas bacanais, tão famosas, tiveram que ser proibidas por terem se tornado violentas e obscenas. Isso aconteceu por volta do início da era cristã, onde, em Roma, já havia uma forte tendência para os preconceitos sexuais, considerando quase tudo pecado. Ainda assim, a prostituição, cujas mulheres originavam-se de todas as camadas sociais, era a instituição florescente.<br />Antes da idade média, a virgindade era pouca valorizada. Acredita-se que ela começou a ganhar importância, entre os séculos IV a XV, quando os membros das classes ricas, passaram a atribuir-lhe valor de troca comercial e econômico; assim, quando os homens começaram a pagar dotes e a exigir a integridade da “mercadoria”, a virgindade começou a ganhar importância e a ser sinônimo de status em todas as camadas da sociedade.<br />As religiões também tiveram, e sejamos justos, ainda têm um importante papel na formação do comportamento do ser humano, principalmente sexual. A idéia de pecado, passada ao longo das gerações, é extremamente aversiva. Assim, questões como o adultério, o homossexualismo, a masturbação, a virgindade, a castidade, a poligamia (permitida em algumas religiões), o casamento, o divórcio também sofreram algumas modificações com o passar dos tempos, e ainda são assuntos que causam grande controvérsia.<br />Assim, os costumes dos vários povos, dos mais primitivos aos mais civilizados, influenciados por suas correntes filosóficas, foram decisivos para o estabelecimento de normas de conduta para o comportamento humano. É por isso que se costuma dizer que todo o comportamento, inclusive o comportamento sexual, é o resultado dos fatores culturais, religiosos, políticos, econômicos, étnicos, sensoriais, regionais, climáticos e de sobrevivência de uma época.<br />Todos esses fatores levaram a uma definição convencional de como a sexualidade humana deve ser vivenciada. Culturalmente se reconhece o sexo convencional como sendo heterossexual, com finalidade prazerosa e/ou procriativa, momentaneamente monogâmico.<br />Tradicionalmente, essa condição de convencionalidade é utilizada como sinônimo de normalidade e esta, por sua vez é utilizada como sinônimo do que é certo ser feito.<br />Mas, quando surge um comportamento que diverge dessa norma? O que fazer?<br />Os transtornos da sexualidade<br />Parafilia é o termo atualmente empregado para os transtornos da sexualidade, anteriormente referidos como "perversões". No Âmbito dos transtornos associados à sexualidade, ela diz respeito, especificamente, ao transtorno de preferência sexual.<br />A Parafilia, pela própria etimologia da palavra, diz respeito à "para" de paralelo, ao lado de, "filia" de amor à, apego à. Portanto, para estabelecer-se uma Parafilia, está implícito o reconhecimento daquilo que é convencional (estatisticamente normal) para, em seguida, detectar-se o que estaria "ao lado" desse convencional.<br /><br />É preciso considerar então, que no campo da saúde, e mais especificamente da saúde mental, o termo normal tem uma conotação estatística, predominantemente, ou seja, normal é o mais freqüente, mais usual, mais encontrado e, neste caso, não-normal nem sempre significa, obrigatoriamente, doença.<br />Assim sendo, dar a determinado comportamento o rótulo de anormal, desviante, patológico, problema ou transtorno de sexualidade é preciso, que no mínimo atenda a dois critérios. Primeiramente, que ele se constitua em algum acontecimento incomum, ou seja, estatisticamente não-normal e, em segundo e principalmente, em algum acontecimento capaz de causar sofrimento ou prejuízo na pessoa ou em outros, isso porque a morbidez (sofrimento) é um atributo que não deve acometer apenas o paciente, como em outras especialidades médicas, mas deve estender-se aos demais, às pessoas que lhe são próximas. Alguns pacientes psiquiátricos não experimentam sofrimento, mas proporcionam sofrimento aos demais.<br />Nessa área como em muitas outras é difícil determinar onde acaba a sexualidade saudável e começa a patológica. Isso porque, as preferências sexuais idiossincráticas podem parecer excêntricas para as pessoas que delas não participam, mas podem ocorrer sem representar nenhum problema para o indivíduo, facilitando seu prazer ou simplesmente, introduzindo um elemento ritualístico acessório à atividade sexual essencialmente normal.<br />Na primeira versão do DSM, de 1952, desvios sexuais foram agrupados juntamente com personalidade psicopática, consistente com a crença de que a maioria dos comportamentos sexuais desviantes eram ofensas legais praticadas por pessoas com tendências anti-sociais e criminais (homossexualidade estava incluída nessa classificação)<br />Somente em 1980 com a versão III do DSM, é que os até então classificados como desvios sexuais ganharam uma categoria própria chamada Parafilia, enfatizando que o desvio (para) está relacionado com o objeto da atração sexual (philia).<br />No caso do CID-10, a categoria equivalente à parafilia denomina-se transtorno de preferência sexual.<br />Alguns teóricos acreditam que houve uma tentativa de entrar em harmonia com as mudanças de estrutural moral da sociedade, promovidas, principalmente pela revolução sexual nas tendências e comportamentos pós-anos 60. Assim, buscou-se uma clarificação dos critérios diagnósticos da conduta desviante e uma exclusão gradual de atividades assentidas entre parceiros.</div>Um mosaico chamado Thianahttp://www.blogger.com/profile/15323439632601560553noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7857613901018410700.post-76876793498079559432009-08-02T18:37:00.000-03:002009-08-02T22:10:13.529-03:00Retrato Quase Apagado em que se Pode Ver Perfeitamente NadaI<br />Não tenho bens de acontecimentos.<br />O que não sei fazer desconto nas palavras.<br />Entesouro frases. Por exemplo:<br />- Imagens são palavras que nos faltaram.<br />- Poesia é a ocupação da palavra pela Imagem.<br />- Poesia é a ocupação da Imagem pelo Ser.<br /><br />Ai frases de pensar!<br />Pensar é uma pedreira. Estou sendo.<br />Me acho em petição de lata (frase encontrada no lixo)<br />Concluindo: há pessoas que se compõem de atos, ruídos, retratos.<br />Outras de palavras.<br />Poetas e tontos se compõem com palavras.<br /><br />II<br />Todos os caminhos - nenhum caminho<br />Muitos caminhos - nenhum caminho<br />Nenhum caminho - a maldição dos poetas.<br /><br />III<br />Chove torto no vão das árvores.<br />Chove nos pássaros e nas pedras.<br />O rio ficou de pé e me olha pelos vidros.<br />Alcanço com as mãos o cheiro dos telhados.<br />Crianças fugindo das águas<br />Se esconderam na casa.<br />Baratas passeiam nas formas de bolo...<br />A casa tem um dono em letras.<br />Agora ele está pensando<br /> -no silêncio líquido<br />com que as águas escurecem as pedras...<br />Um tordo avisou que é março.<br /><br />IV<br />Alfama é uma palavra escura e de olhos baixos.<br />Ela pode ser o germe de uma apagada existência.<br />Só trolhas e andarilhos poderão achá-la.<br />Palavras têm espessuras várias:<br />vou-lhes ao nu, ao fóssil,<br />ao ouro que trazem da boca do chão.<br />Andei nas pedras negras de Alfama.<br />Errante e preso por uma fonte recôndita.<br />Sob aqueles sobrados sujos vi os arcanos com flor!<br /><br />V<br />Escrever nem uma coisa<br />Nem outra<br />-A fim de dizer todas<br />Ou, pelo menos, nenhumas.<br />Assim,<br />Ao poeta faz bem<br />Desexplicar<br />-Tanto quanto escurecer acende os vaga-lumes.<br /><br />VI<br />No que o homem se torne coisal,<br />corrompem-se nele os veios comuns do entendimento.<br />Um subtexto se aloja.<br />Instala-se uma agramaticalidade quase insana,<br />que empoema o sentido das palavras.<br />Aflora uma linguagem de defloramentos,<br />um inauguramento de falas<br />Coisa tão velha como andar a pé<br />Esses vareios do dizer.<br /><br />VII<br />O sentido normal das palavras não faz bem ao poema.<br />Há que se dar um gosto incasto aos termos.<br />Haver com eles um relacionamento voluptuoso.<br />Talvez corrompê-los até a quimera.<br />Escurecer as relações entre os termos em vez de aclará-los.<br />Não existir mais rei nem regências.<br />Uma certa luxúria com a liberdade convém.<br /><br />VII<br />Nas Metamorfoses, em 240 fábulas,<br />Ovídio mostra seres humanos<br />transformados em pedras vegetais bichos coisas<br />Um novo estágio seria que os entes já transformados<br />falassem um dialeto coisal, larval,pedral, etc.<br />Nasceria uma linguagem madruguenta,<br />adâmica, edênica, inaugural<br />- Que os poetas aprenderiam -<br />desde que voltassem às crianças<br />que foramàs rãs que foramàs pedras que foram.<br /><br />Para voltar à infância,<br />os poetas precisariam também de reaprender a errara língua.<br />Mas esse é um convite à ignorância?<br />A enfiar o idioma nos mosquitos?<br />Seria uma demência peregrina.<br /><br />IX<br />Eu sou o medo da lucidez<br />Choveu na palavra onde eu estava.<br />Eu via a natureza como quem a veste.<br />Eu me fechava com espumas.<br />Formigas vesúvias dormiam por baixo de trampas.<br />Peguei umas idéias com as mãos - como a peixes.<br />Nem era muito que eu me arrumasse por versos.<br />Aquele arame do horizonte<br />Que separava o morro do céu estava rubro.<br />Um rengo estacionou entre duas frases.<br />Uma descorQuase uma ilação do branco.<br />Tinha um palor atormentado a hora.<br />O pato dejetava liquidamente ali.<br /><br />Manoel de BarrosUm mosaico chamado Thianahttp://www.blogger.com/profile/15323439632601560553noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7857613901018410700.post-2656727661967111212009-08-02T17:07:00.000-03:002009-08-02T22:10:56.227-03:00Onde você guarda seu racismo?<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dwggNI_GWrZayIZcOqaLQo7kXtzFenH1TjIOk9an32d68ViElLuZdQmVbWkfgBG0jwVJVT56WU355GOq7_p' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe>Um mosaico chamado Thianahttp://www.blogger.com/profile/15323439632601560553noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7857613901018410700.post-61447890680548219012009-08-02T13:13:00.000-03:002009-08-02T22:10:22.195-03:00Gratidão Fulgurante<p align="center"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSmdnRPlTQZ-eCEow0z37IPLTdFLHkv44lphATGyVzLzBbsqQb9GEAzdUISRZgf079i-tQ-18VFkKUoEsiSsKGz_HkhMywlYRNIhdaDzqXh0AJrPsPvtBuv6cLPlGjwL84tL_CvptIaUgv/s1600-h/1001BabyKrishnaVishnu.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5365406510442969986" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 384px; CURSOR: hand; HEIGHT: 331px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSmdnRPlTQZ-eCEow0z37IPLTdFLHkv44lphATGyVzLzBbsqQb9GEAzdUISRZgf079i-tQ-18VFkKUoEsiSsKGz_HkhMywlYRNIhdaDzqXh0AJrPsPvtBuv6cLPlGjwL84tL_CvptIaUgv/s320/1001BabyKrishnaVishnu.jpg" border="0" /></a></p><p><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br />Amanhece... </p><p><br />A oportunidade de amar que Tu me dás<br />ressurge com a luz do dia.<br />Cada um é semeador da vida,<br />que passará no carro das horas<br />contemplando a terra dos corações.<br />Que ninguém deixe de depositar<br />o seu grão de amizade<br />no solo triste que aguarda reverdecimento!<br />Qualquer pessoa que seja encontrada,<br />que se transforme em canção de alegria.<br /><br />Não permita sair da sua presença<br />coração algum amargurado, sem que antes se haja<br />enflorescimento de esperança.<br />A oportunidade voa e passa<br />mas, a semente do amor ficará plantada nas vidas,<br />viajando pelas gerações do futuro<br />e produzindo alimentos de paz.<br /><br />Cai a tarde...<br />O sol se esgueira, cedendo lugar às sombras<br />que permanecerão por mais um pouco.<br />Antes de ir-me com ele, é necessário dizer-te:<br />Senhor, tenho mãos limpas e o coração tranquilo<br />na noite perceberás onde estive.<br />Os lugares se encontram assinalados pelas estrelas<br />da gratidão que fulgirá nos olhos de todos aqueles<br />em que depositei a claridade do teu amor.<br /><br />Rabindranath Tagore </p><p></p>Um mosaico chamado Thianahttp://www.blogger.com/profile/15323439632601560553noreply@blogger.com0